terça-feira, 16 de março de 2010

Racismo na TV

No ano de 2004, a televisão brasileira começava uma nova história: era a novela “Da cor do pecado”, primeira atração do gênero protagonizada por uma atriz negra, Taís Araújo, com seu par romântico feito por Reynaldo Gianechinni. Essa novela de João Emanuel Carneiro foi um divisor de águas no produto de maior aceitação pelo público nacional e o mais exportado para mais de 150 países no mundo inteiro. No horário em que foi exibida, as 19hrs, teve a melhor audiência dos anos 00 até hoje, batendo mais de 40 pontos em sua última semana. Anteriormente, os negros só tinham papéis de empregados, ladrões, sempre personagens marginalizados, sem muito destaque. A partir daí, começa uma pequena mudança, ainda em curso, como por exemplo, o personagem de Milton Gonçalves na novela do horário nobre da Rede Globo “Duas Caras”, onde fez um político corrupto que se redime no final. E agora, apesar da novela ruim, não posso ser injusto com Manuel Carlos, que nos traz uma Helena negra, sem estereótipos, uma heroína sofredora, como tantas outras, sem o crivo do preconceito cravado por causa da cor da pele.


No telejornalismo, ao primeiro negro a se destacar foi a Glória Maria, apresentadora do Fantástico por muitos anos, e que tudo indica voltará a telinha em 2010. Elegante, as vezes não muito discreta, estampou nos nossos domingos que inteligência e credibilidade não são percebidas por cor da pele, e sim, com trabalho e estudo. Na própria Globo, Heraldo Pereira, grande repórter da política em Brasília, e esporadicamente no Jornal Nacional aos sábados e Zileide Silva, que também apresenta as vezes o Jornal Hoje, são outros exemplos dessa mudança na TV nacional. No SBT, a linda Joyce Ribeiro, apresenta o Boletim de Ocorrência, as 22hrs e também o Jornal SBT manhã, com Hermano Henning. Nas outras tv’s, não lembro de tanto espaço assim para as pessoas negras, mostrando infelizmente que ainda há um grande resquício daquilo que deveria ter acabado no 13 de Maio de 1888, com a Lei Áurea, mas pelo jeito perdurará por um bom tempo, o preconceito.

Mudando de assunto: estou triste pois diretores da FOX dos EUA praticamente disseram que essa será a última temporada de 24 Horas, série estrelada por Kiefer Sutherland e que fez esse pobre blogueiro se apaixonar pelo mundo das séries. Já estão roteirizando um filme com Jack Bauer, provavelmente na Europa, mas não será mais a mesma coisa. 24 Horas, pós 11 de Setembro ( me desculpe os fãs de Lost), foi a série que mudou a maneira do mundo todo acompanhar esse tipo de programa. Lógico que Lost criou até uma doutrina própria, mas 24 Horas, e sua trama em tempo real, levou a emoção ao auge e dificilmente será alcançada novamente.


Adeus Jack Bauer, o maior herói humano, sem poderes extras ( a não ser o de não comer ou fazer necessidades...rs), que eu já vi.

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